doenças reumática e gripe A: que relação

Gripe A (H1N1) e a Gripe Sazonal Informação para Pessoas com Artrite inflamatória ou doença reumática

(CDC) 15 de Outubro de 2009, 11:00 ET

Como é que a artrite afecta a forma como eu respondo à gripe?

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Procurar atendimento médico precoce se desenvolver sintomas da gripe. O tratamento está disponível para pessoas com doença grave e aqueles com alto risco de complicações. Pessoas com artrite inflamatória são considerados de alto risco para complicações da gripe A

Pessoas com certos tipos de artrite, a chamada artrite inflamatória ou sistémica ou doença reumática auto-imune, têm um maior risco de contrair gripe, as complicações relacionadas, como a pneumonia. Artrite inflamatória afecta o sistema imunitário, que controla o quão bem seu corpo luta contra infecções.

Além disso, muitos medicamentos indicados para o tratamento da artrite inflamatório pode enfraquecer o sistema imunológico. As pessoas com sistema imunológico debilitado estão em maior risco para obter uma doença mais grave e complicações, como o internamento devido a gripe.

A artrite reumatóide e o lúpus são os tipos mais comum de artrite inflamatória. Pessoas com osteoartrite, também chamada de artrite degenerativa, provavelmente não têm um risco aumentado de complicações da gripe, a menos que elas tenham outras condições de alto risco para a gripe A, tais como asma, diabetes, doenças cardíacas ou cancro.

Se tiver um desses tipos de artrite inflamatória, que pode estar em risco elevado de complicações da gripe, você deve discutir o risco de complicações da gripe, com o seu médico.

curiOsiDadEs

CONTRA A ANEMIA: Quem se alimenta de verduras frescas normalmente não tem problemas de anemia, pois seu sangue será rico em ferro. As folhas ajudam o intestino a funcionar bem.


GRAVIDEZ X HORMONAS X LÚPUS:
A gravidez pode piorar os sintomas do lupus ou desencadear uma crise. Mas, por outro lado, pode trazer períodos de remissão. As razões para essas possíveis diferenças não são totalmente entendidas, mas são provavelmente ligadas às mudanças hormonais ocorridas durante a gravidez. Por isso, o planeamento por exames de rotina (urina e sangue) e monitoramento da gravidez nas lúpicas são essenciais.


O IMPACTO DO LÚPUS EM CRIANÇAS/JOVENS:
Algumas sugestões que podem ajudar: seja sensível às necessidades das crianças e jovens lúpicos, já que eles não tem estratégias de como lidar com a doença; comunique adequadamente, veja e sinta os problemas com os olhos da criança ou jovem; trate o jovem como um adulto, na medida do possível; consciencialize as pessoas que estão à volta da criança e jovem sobre o lupus (professores e familiares).


MÚSCULOS E LÚPUS:
A maioria dos lúpicos apresenta problemas musculares, quase sempre ligados à inflamação. Primeiro, os músculos ardem e doem, e depois se tornam mais fracos. O exame clínico determina a fraqueza muscular e o funcionamento adequado dos nervos. Os exames de sangue, aldolase e creatina fosfoquinase (CPK), medem o nível destas enzimas que, em número elevado, revelam transtornos musculares.








as mais recentes terapias que o podem ajudar no combate ao lupus

pois é... apesar de sabermos que temos uma doença crónica, é sempre bom termos a noção que existem vários medicamentos que nos podem ajudar a combatela!!!
aqui ficam alguns:

1) Prasterone (Prestara), uma forma sintética da hormona DHEA
Desenvolvido pela Genelabs Technologies, está na fase III do teste clínico para determinar se é benéfico para osteoporose induzida por corticóides em mulheres lúpicas.

2) LJP394 (Riquent), bloqueador do anti-DNA
La Jolla Pharmaceutical Company espera desenvolver um tratamento que bloqueie a produção de anticorpos DNA sem minimizar o sistema imunológico ou causar efeitos adversos, o que poderia prevenir crises de nefrite.

3) BLyS, supressão de linfócitos B
O estimulador do linfócito B (BLyS) assegura a sobrevivência do linfócito B, a célula branca do sangue que produz anticorpos. O propósito desta pesquisa, que está na fase II, é suprimir o processo BLyS.

4) Rituximab (Rituxan), que elimina os linfócitos B

Desenvolvido pela Genentech/IDEC, Rituximab é uma droga que mata os linfócitos B.

5) CD154, contra os linfócitos T
A actividade em lúpicos e doentes renais apresentaram melhoras com esta terapia que ataca células T activas.

6) LJP1082, para a síndrome antifosfolipídica
A droga foi desenvolvida pela La Jolla Pharmaceutical Company para minimizar a ação das células B.

7) Bromocriptina (Parlodel), que suprime a prolactina
Estudos têm mostrado que a prolactina está ligada a atividade lúpica. Produzida pela Novartis, Parlodel suprime o sistema imunológico hiperactivo.

8) CellCept, no acometimento renal
Indicação comum para evitar a rejeição de transplantes, o CellCept, produzido pela Roche, tem sido usado para controlar uma série de doenças reumáticas e nefrite lúpica.

9) Ciclosporina (Sandimmune e Neoral), na atividade lúpica
tem uma função imunossupressora usada para minimizar a actividade lúpica, permitindo a redução do uso de corticóides. Sandimmune e Neoral são produzidos pela Novertis.

10) Eculizumab, como agente antiinflamatório
É um inibidor do complemento C5 desenvolvido pela Alexion Pharmaceuticals para doenças crónicas, incluindo o lupus, quando uma actividade antiinflamatória longa é desejada.


11) Leflunomida (Arava), como agente antireumático
produzida pela Aventis, interrompe a produção de células do sistema imunológico responsável pelo inchaço, inflamação, rigidez e dor da artrite reumatóide.

12) Talidomida, Tacrolimo (Protopic) e Pimecrolimo (Elidel), para lesões cutâneas
Estes medicamentos têm sido usados no tratamento cutâneo, permitindo a redução da dosagem de corticóides. A Talidomida é fabricada pela Celgene, Protopic pela Fujisawa e Elidel pela Novartis.


Fonte: LFA, Lupus Now Summer 2004

Nutrição e reumatologia

A Nutrição é a ciência mais actual e ao mesmo
tempo a mais
antiga.
Desde sempre que
o Homem se
alimenta, e a Nutrição é a ciência dos alimentos.
Ao contrário do que a maioria das pessoas possa
pensar, a Nutrição não se limita a emagrecer e a
engordar pessoas.
Nutrição é apenas um nome que representa uma
ciência que actua sobre os mais diversos domínios.
A Nutrição clínica é dedicada unicamente às doenças.

Doenças como a diabetes, a obesidade, a hipertensão
arterial, a hipercolesterolemia, a hipertrigliceridemia, a
insuficiência renal, e muitas
outras podem ser prevenidas
e controladas através de
uma alimentação
adequada a cada caso,
não só para suprimir as necessidades destes estados
patológicos, mas também para fornecer os alimentos
adequados a um estado nutricional ideal.

A Nutrição estética, é dedicada à beleza do ser humano. É esta vertente da nutrição
que se dedica à beleza corporal do ser humano.
Baseada numa alimentação saudável e equilibrada, esta vertente da nutrição tem
como objectivo reduzir ou
aumentar o peso corporal, mas
essencialmente reduzir ou
aumentar a gordura corporal,
algo somente conseguido através
de um plano alimentar adequado a cada ser humano
individualmente.
Para efectuar este plano alimentar é necessário
efectuar uma
análise
detalhada
do indivíduo
como um
todo, tendo em conta os seus hábitos, os
seus horários, os seus gostos e a prática de
exercício físico.
Desta forma é possível reduzir ou aumentar
a massa gorda gradualmente sendo mais
difícil voltar a recuperá-la ou perde-la, uma vez que esta pode ser convertida em
massa muscular.

A Nutrição desportiva é dedicada unicamente ao
desporto.
Todos os atletas
necessitam de uma
alimentação
equilibrada.
Dependendo do
tipo de desporto as necessidades são diferentes, pois
são calculadas com base no esforço efectuado
durante actividade física, e a duração da mesma. Os atletas têm necessidades
diferentes, antes, durante e depois do exercício físico, daí ser fundamental um
aconselhamento personalizado e adequado a cada caso, de forma a fornecer uma
alimentação adequada a cada fase da actividade física.

A Nutrição infantil é
dedicada unicamente às
crianças. Desde do
nascimento até à idade
adulta, o ser humano
tem necessidades
nutricionais específicas.
Mesmo durante a gravidez a mãe deve ser
acompanhada de forma a fornecer à criança
todos os nutrientes necessários para que esta nasça saudável, e para que a mãe
possa rapidamente retomar o estado nutricional que precedeu a gravidez.
Após o parto e durante o desenvolvimento da criança, é essencial que esta tenha
uma alimentação saudável, pois pode prevenir muitas doenças.
Para além de saber como fazer a iniciação a uma alimentação sólida, é preciso saber
quais os alimentos mais importantes a cada
fase do desenvolvimento da criança.


A Nutrição nos idosos é dedicada aos seniores.
Depois de uma certa idade a necessidades do
ser humano são diferentes, resultado de um
envelhecimento do organismo. Na maior parte
das vezes as doenças que se desenvolvem
nesta fase da vida resultam de uma nutrição
deficiente ao longo da vida. A nutrição nesta fase tem como objectivo suprimir as
necessidades e combater a
desidratação, um dos problemas
que mais afecta os idosos.
Por tudo isto podemos afirmar que a
Nutrição é muito mais do que uma
ciência direccionada para a
obesidade, é sim uma ciência
virada para todos os seres humanos
em todas as fases da vida. Desta
forma o nutricionista tem um papel
fulcral como profissional de saúde.

A história do reumatismo...

A História do Reumatismo é a História dos esforços do homem para o vencer, é todo o longo processo de gestação do que hoje chamamos Reumatologia.
O Reumatismo é, muito provavelmente a mais velha patologia do planeta, antecedendo em milhões de anos o aparecimento do homem, como o demonstram estudos paleopatológicos reveladores de lesões espondilíticas no esqueleto de dinossauros e outros fósseis.
Tem acompanhado o homem ao longo da sua evolução histórica como o comprovam as alterações osteoarticulares, artrósicas e espondilíticas, do esqueleto do Pithecanthropus Erectus e outros “achados” encontrados em África, que parece ter sido o berço da esoécie, nas velhas civilizações da Mesopotâmia e do Mar Egeu, da China, da Índia, da América pré-colombiana e do Egipto.
O homem tem procurado sempre justificar a doença em função da luta que empreende contra ela: do conceito primitivo dos espíritos e do castigo das divindades; depois pela existência de substâncias nocivas estranhas ao seu corpo ou pelas alterações humorais nele produzidas; aceita mais tarde o finalismo aristotélico de que a natureza não faz nada sem um fim; mais tarde adopta conceitos químico-biológicos; mais adiante “reconhece” o mecanismo antigénio-anticorpo que o leva até ao da autoagressão e está hoje no limiar de tentar vencer a doença, prevenindo-a, estudando em si a “genealogia mórbida” que facilitará ou não a agressão.

- Na velha civilização egípcia, o estudo das múmias, das pinturas e dos escritos, como no papiro de Ebers, permite-nos admitir terem sofrido de afecções simile da espondilatrose, cervical ou dorso lombar, de espondilartrite, de discopatias e até mesmo de artrite e de gota; no tratamento, embora prevaleçam conceitos mágicos da doença, pode-se encontrar já a prescrição de unguentos para dar flexibilidade às articulações ou para atenuar a dor.
- O conceito de Reumatismo e do seu tratamento vai tornar-se mais científico, libertando-se mais do seu carácter mágico, passando a ser encarado como processo natural, na Grécia, com Hipócrates (460-377 a.C.) (Fig. 1 ) e a sua Escola de Cós. Faz-se a primeira sistematização da patologia reumática, com o dualismo: podagra e arthritis. Hipócrates, apelidado de Pai da Medicina foi o criador da clínica , tendo-nos deixado nos Aphorismos, descrições e conceitos lapidares ainda hoje válidos, como o das artrites migratórias e das infecções agudas, da pelviespondilite, do síndroma discal, a acção da gravidez na evolução das artrites, o papel da infecção nas deformações da coluna. Para a Escola de Cós, o corpo humano, tam como o Universo tem os seus quatro elementos, compor-se-á de 4 humores: sangue, pituita, bilis negra e bilis amarela, resultando a doença de uma alteração no equilíbrio humoral: o tratamento tinha por finalidade restabelecer esse equilíbrio por meio de prescrições higieno-dietéticas, banhos, purgantes e calor, sob várias formas.

- Com Galeno (130-203) (Fig. 2), grego romanizado, renasce o conceito humoral de doença. O reumatismo de que tem um conceito unicista, seria devido ao excesso de humores e daí a necessidade de purificar o corpo, empregando uma medicação com as características dos 4 humores (refrescante, quente, húmido e seco): purgantes, sangrias e revulsão cutânea. A ele se deve a descrição do morbus arthriticus (simile artrite reumatóide ?). Atribui-se-lhe a designação de gutta (gota) para a velha podagra hipocrática, por considerar que o ataque resultaria de um humor alterado gerado no cérebro e que, não podendo sair naturalmente pelos emunctórios, vai fluir e acumular-se num locus minor resistência, “gotejando” na articulação.
É o primeiro a descrever a nevrite cérvico-braquial e a estabelecer a sua relação com a patologia vertebral.
A sua vasta obra irá influenciar todo o pensamento médico até à fase experimental, como ciência última, tendo sido para a Medicina o que Aristóteles foi para a Filosofia.
- No “De Re Medica”, Aulus Cornelius Celsus (Celso), médico romano do tempo de Augusto, dá-nos a noção dos 4 sinais cardinais da inflamação.
- Dioscorides (40-90) é o precursor da Farmacopeia. No seu “De Universa Medicis”, são citadas várias plantas usadas no tratamento da “arthritis”.
O termo “Rheuma” (eu corro), para designar o catarro devido ao escoar dos humores frios do cérebro para as articulações, originando a dor, ora se atribui a galeno ora a Dioscorides.
Sabemos que os romanos levaram o seu gosto pelos banhos até ao exagero. Também na terapêutica do reumatismo os tratamentos termais desempenham um papel importante e Caracala (188-217) manda edificar as Termas que têm o seu nome, em memória de seu pai, o imperador Sétimo Severo, inválido devido à gota.
É também em Roma que se funda, em 293, o primeiro Hospital, o “Ospedale dei Fattenbenefratelli”, que ainda existe.
Os romanos levaram as práticas higiénicas até à exaustão, tentando concretizar o aforismo “Mens sana in coorpore sano”.
- No Império Bisantino, Alexandre de Tralles emprega o hermodactil (colchico), no tratamento da gota.

- Na Idade Média dominada pelo pensamento e obra de Galeno, muito embora as condições higieno-sanitárias e sócio-políticas e económicas, pouco propícias sejam ao desenvolvimento da Medicina, preocupada sobretudo com a peste e a lepra, quase endémicas, ainda continuamos a ter como patologia reumática dominante, a gota, quase exclusiva das classes possidentes. A Medicina é ensinada no Estudo Geral, a Universidade, Instituição nascida e típica da Idade Média, e praticada pelos médicos (físicos), monges ou judeus, que usam a farmácia recolhida dos gregos e dos romanos pelos árabes.
São de notar; Abou El Ala Hossein Ibn Sina (dito Avicena) (980 a 1037), “O Príncipe da Medicina”, que, no seu “Cânon da Medicina” diz acerca dos tratamentos termais “… les eaux sulfureuses calment les nerfs, apaisent les douleurs, dispersent les matières morbides contenues dans les articulations. Elles nettoient la surface de la peau des furoncles et autrres ulcères et relâchent l’utérus…” e Guy de Chauliac (séc. XIV) ensina que a gota é devida à fluxão dos gumores, que determinam a dor e a rigidez.
Na segunda metade do século XV e século XVI, transição da escolástica medieval para o brilhante século XVII – a primeira era de ouro da Ciência – encontramos algumas figuras importantes para a Reumatologiaa:
- Gardanus de Pavia, a quem se deve a destrinça entre morbus articularis e podagra.
- Theophrast Bombastus von Hohenheim, dito Paracelsus (acima de Celsus) (1493-1541), (Fig. 3) alquimista e médico suiço alemão é o introdutor de um conceito bioquímico inovador. Assim, as doenças das articulações (gota e reumatismo), seriam doenças tartáricas pois, de forma idêntica ao depósito de tártaro nos toneis de fermentação do mosto também nelas, por insuficiência digestiva, se precipitariam produtos de degradação. Para drenar os produtos de degradação, preconizou a cura termal e os purgantes. Precursor da Farmacologia, induziu no tratamento do reumatismo, o tártaro sob forma de sais, o ouro coloidal e o enxofre. Na gota pode-se dizer que foi precursor, ao afirmar a existência de uma anomalia química na génese da crise e a importância da hereditariedade. Deve-se-lhe ainda o termo sinovia (semelhante á clara do ovo), para o fluido viscoso da cavidade articular, que foi o primeiro a descrever.
- A André Vesalio (1514-1564) se deve a descrição, pela primeira vez, da anatomia e das alterações do disco intervertebral no “De Humani Corporis Babrica”.
- Ambroise Paré (1509-1590), o pai da Cirurgia, foi o primeiro a descrever a epifisiolise femural (coxa vara do adolescente) e as lesões dos quistos sinoviais e a ter uma noção global das doenças reumáticas, considerando-as de predisposição hereditária, de causa desconhecida, devidas a um excesso de humores que originariam dores intensas, não supurativas, e admitiu a possibilidade de lesar orgãos internos. Introduziu a incisão e esvaziamento cirúrgico dos tofos gotosos.
- Guillaume Baillou (Ballonius) (1538-1616) (Fig. 4) é o primeiro a ter uma noção moderna dos reumatismos, com a sua concepção pluralista, na obra póstuma “Liber de Rheumatismo Opera Medica Omnia”, classificando-os em: crónicos (com contractura e incapacidade permanente), passageiros (com recidivas), intercorrentes (no decurso de doenças crónicas) e com dores não articulares; descrevendo-os de forma magistral. Valoriza a noção de “terreno”, na sua patogenia e a preferência pelos cacochymos (simile asténico). Foi o primeiro a empregar o termo reumatismo , ainda ligada ao conceito de fluxão.
Está para a Reumatologia como Hipócrates está para a Medicina.

- Século XVII, dominado pelas Escolas Iatroquímica.

- Thomas Sydenham (1624-1689), (Fig. 5 tal como Hipócrates, valoriza a clínica e a observação. Deve-se-lhe magníficas descrições: da crise aguda de gota, de que sofria (Tractatus De Podagra et Hydrpse) e que ainda hoje permanece clássica: a primeira descrição clínica do reumatismo articular agudo e da coreia e também do reumatismo crónico (simile artrite reumatóide) e do reumatismo lombar, em “Observationes Medicae”. Aplicou na terapêutica o ouro e o landano a que ficou ligado o seu nome.
Foi o clínico típico, que troçava da investigação e aconselhava os jovens médicos a procurarem na observação do doente, os elementos de estudo.
- Antoni van Leeuwenhoek (1632-1723) observa, no microscópio, que inventou, cristais de ácido úrico e uratos de tofos gotosos.
- Em 1691, o médico irlandês Bernard Connor, faz a primeira e fiel descrição da pelviespondilite reumatóide ou espondilite anquilosante, num esqueleto.
- P. Pomet, em 1694 na sua obra “Le marchand sincère ou histoire générale des drogues simples et composées”, introduz a fitoterapia dos reumatismos.
- Século XVIII
Dominam as doutrinas Vitalista e Organicista.
No campo dos reumatismos:
- Hoffmann (1660-1742), faz a distinção entre artrite (dores articulares) e reumatismo (dores nos músculos, membranas e tendões) .
- Pott (1714-1788), dá-nos um estudo da tuberculose das vértebras que virá a chamar-se Mal de Pott.
- Em 1753, Curzio descreve a esclerodermia e Hunter, em 1759, as lesões anatómicas da arthritis seca da anca (coxartrose), o primeiro passo para a individualização das artroses.
- Em 1763, Stone apresenta à Royal Society um trabalho sobre o uso do extracto de casca de salgueiro ; Von Stoerck, médico da Imperatriz Maria Teresa, introduz na Europa, o colchium autumnale.
- Dominicus Cotognio (ou Cotogno), descreve o quadro clínico da ciática, na obra “De Ischia de Nervosa Commentarius”, em 1764.
- Cullen (1712-1790), na “Synopsis Nosologiae Methodicae” (1769) classifica os reumatismos em: idiopáticos e sintomáticos / agudos, subagudos e crónicos / das articulações e dos músculos. Estabelece a relação entre as alterações da coluna vertebral e o lumbago e a ciática. Na génese do reumatismo considera mais importante o frio do que as alterações humorais. É também o precursor do actual sistema de Educação Médica.
- Scheele, isola o ácido úrico da urina (1776) e Woolarton, em 1797, demonstra, pela primeira vez, a presença de cristais de ácido úrico nos tofos gotosos da própria orelha. Foureroy, em 1799, dá-lhe o nome de ácido úrico.
- Pitcairn, em 1788, e Jenner, em 1789, são os percursores de Bouillaud assinalando as relações íntimas entre reumatismo e coração, ao fazerem a descrição das complicações cardíacas do reumatismo articular agudo. J. Haygarth (1740-1827), introduz o termo febre reumática para o reumatismo articular agudo.
- Ao terminar deste século dito das “Luzes”, Bichat, na sua “Anatomie Générale appliquée à la Medicne” (1799) descreve, entre os 21 tecidos que considera, o ósseo, o sinovial e o cartilaginoso.

- Século XIX, dita a segunda idade de ouro da Ciência:
- Em 1800 Landré-Beauvais, fala de uma nova espécie de gota que denomina de gota asténica primitiva.
- Em 1802, na obra póstuma de W. Heberden, “Commentaries on the History and Cure of Diseases”, são descritos os digitori nodi, nódulos das interfalângicas distais dos dedos das mãos, distinguindo-os dos tofos gotosos.
- Em 1820, o fisiologista Johannes Müller (1801-1858) designa por tecido conjuntivo o até aí denominado tecido celular.
- Scudamore, em 1827, faz a descrição do reumatismo crónico que considera ser devido à inflamação do tecido fibroso branco dos tendões, ligamentos, nervos e sinoviais.
- O princípio activo do colchium autumnale, a colchicina é isolado em 1820 por Pelletier e cristalizado, em 1884 por Houdé.
- A substância activa da casca do salgueiro, a salicilina é isolada por Leroux em 1838 e em 1844 Piria obtém o ácido salicílico a partir da salicilina. Em 1853 o químico C. Gerhardt a partir do ácido salicílico sintetiza o ácido acetilsalicílico, o princípio activo da Aspirina; o interesse foi efémero e só em 1894 com Kolbe, que faz a síntese directa e sobretudo co Hoffmann, químico da Bayer, é redescoberto o ácido acetilsalicílico. Destes trabalhos iria resultar, em 1899, a “Aspirina”, a princípio em pé e depois o famoso comprimido branco quando o pó foi comprimido com amido de milho. Estava no mercado um dos medicamentos mais úteis e mais usados em Medicina e um dos primeiros fármacos válidos em Reumatologia, a Aspirina, que teve largo e muito útil uso na epidemia da gripe durante a I Guerra Mundial (1914-1918) .
- No tratamento do reumatismo articular agudo passa a empregar-se, o ácido acetilsalicílico, por Stricker e o salicilato de sódio por Trousseau.
- No Traité Clinique des Maladies du Coeur (1835 e 1841), Jean-Baptiste Bouillaud (Fig. 6) descreve as doenças reumatismais do coração, individualiza o reumatismo articular agudo e estabelece as Leis da Coincidência entre R.A.A. e lesões cardíacas concomitantes :
1ª Lei – No R.A.A. violento e generalizado, a coincidência de uma endocardite, de uma pericardite ou cardite ou de uma endopericardite é a regra, a lei, e a não coincidência, a excepção.
2ª Lei – No R.A.A. ligeiro, parcial e apirético, a não coincidência de uma endocardite, de uma pericardite ou de uma endopericardite é a regra, a lei, e a coincidência, a excepção.
É também o primeiro a sugerir a implicação sistémica do tecido conjuntivo.
- Lasègne (1816-1883) enuncia “o reumatismo agudo lambe as articulações, pleura e meninges mas morde o coração”.
- Em 1837 Schönlein descreve a peliosis rheumatica (púrpura), estabelecendo as relações com as manifestações reumáticas.
- Alfredo Garrod (1819-1907) (Fig. 7) consagrou grande parte dos seus muitos trabalhos ao estudo da gota e do reumatismo.
Propõe, pela primeira vez, o nome de artrite reumatóide para a até então designada gota reumática ou gota reumatóide, considerando-a como uma entidade clínica com patologia própria e independente, embora seja doença artrítica ou articular com algumas características externas de reumatismo. Descreve-a de forma ainda clássica.
Na sua obra The Nature and Treatment of Gout and Rheumatic Gout descreve também, de forma antológica, a gota úrica, enunciando alguns princípios precursores como: ácido úrico, de formação tissular é rapidamente absorvido e eliminado pelo rim; o excesso no sangue deve-se ou à sua formação excessiva ou à sua eliminação deficiente; a inflamação gotosa daí resultante, acompanha-se de depósito de uratos nos tecidos – a única doença em que isso acontece; há tendência para a transmissão hereditária da doença .
É, com Baillou, Sydenham e Bouillaud, dos cientistas que mais contribuíram para o estudo do reumatismo.
Seu filho Archibald Garrod continuou os seus estudos.
- Charcot, em 1853, apresenta uma notável tese de doutoramento: Rhumatisme Articulaire Chronique.
- Schuler realiza a primeira sinovectomia cirúrgica do joelho de um artrítico, em 1887.
- Em 1893, Pierre Marie, faz a descrição clássica da espondilartrite anquilosante para a qual de Sèze propõe a denominação de pelviespondilite reumatóide (1954).
- No final do século (1897), Still faz a descrição clássica do quadro clínico da artrite reumatóide juvenil anteriormente estudada por Chauffard e de que Cornill referira o primeiro caso (1864).

- O nosso século, herdeiro desse prodigioso desenvolvimento científico da segunda metade do século XIX (Claude Bernard, Virchow, Roentgen, Pasteur, os Curie e tantos outros) e mercê da obra de Van Breemen, vai permitir o pleno desenvolvimento da Reumatologia, como aliás de todas as Ciências Médicas

Dia Mundial dos doentes com Lúpus


Hoje, dia 10 de Maio é o dia mundial dos doentes com lúpus.

Normalmente neste dia a associação de doentes com lúpus promove o convívio entre doentes de lúpus, familias e amigo dos doentes.

sobre lúpus!

Em 1851 o médico francês Pierre Lazenave observou pessoas que apresentavam pequenas feridas na pele, semelhantes a mordeduras de lobo. No entanto, apenas em 1895 o médico canadiano Sir William Osler caracterizou melhor o envolvimento das várias partes do corpo e adicionou a palavra “sistémico” à descrição da doença, que passou a ser designada por Lúpus, o termo para lobo em Latim, e posteriormente como Lúpus Eritematoso Sistémico. Pelo menos 5 milhões de pessoas padecem de Lúpus em todo o mundo e pensa-se que 100.000 novos casos aparecem cada ano.

Doença auto-imune que afecta essencialmente, mas não só, mulheres em idade fértil (entre os 15 e os 44 anos), de desenvolvimento imprevisível e caracterizada pela diversidade e pela multiplicidade de sintomas tão díspares como as dores articulares migratórias, sensibilidade excessiva à luz solar, que provoca manchas características nas zonas expostas, fadiga desproporcional à actividade do doente, febre, gânglios disseminados, mancha de borboleta (eritema malar em asas de borboleta), anemia e queda do cabelo, entre outros, é ainda hoje uma doença estigmatizadora e de difícil diagnóstico que gera, pelos seus sintomas, desconfiança e marginalização dos portadores.
Conviver, na perspectiva do doente e dos seus familiares, com esta doença incurável é uma tarefa recheada de escolhos

o que pode ser afectado quando se tem LÚPUS:


a doença das mil faces...


A DOENÇA DAS MIL FACES

O LÚPUS É ASSIM CHAMADO DEVIDO AOS VÁRIOS SINTOMAS QUE APRESENTA. E A FACE – NA MAIORIA DOS CASOS FEMININA – É PRECISAMENTE A ZONA DO CORPO ONDE SE MANIFESTA, PRIMEIRO, POR VEZES, COM MANCHAS EM FORMA DE BORBOLETA. É UMA DOENÇA CRÓNICA, SEM CURA, MAS QUE PODE SER CONTROLADA COM MEDICAMENTOS.


Calcula-se que em Portugal haja entre dez mil a treze mil doentes de lúpus. Doentes que, por vezes, exibem no rosto as marcas desta doença de causas ainda desconhecidas e diagnóstico difícil, mas que é uma doença para a vida. Independentemente dos factores que a desencadeiam, o que se sabe é que se trata de uma doença auto-imune, significando isto, que, resulta de uma deficiência do sistema imunitário, que em vez de defender o organismo de agentes agressores, se ataca a si próprio.
É um processo complexo: o sistema imunitário tem como função lutar contra as infecções e demais agressões, mas nestes doentes os anticorpos “confundem-se” e viram-se contra os tecidos e órgãos saudáveis. Causa inflamação crónica, podendo comprometer o funcionamento dos vasos sanguíneos (vasculite), dos rins, dos pulmões, e do coração, danificando as articulações e atingindo até o sistema nervoso central.
A pele pode denunciar a presença de lúpus. A pele do rosto mais precisamente. A inflamação evidencia-se em lesões escamosas e avermelhadas, embora de diferenciem consoante o lúpus se apresente na sua forma mais benigna ou na sua forma mais severa.
De facto, consideram-se 2 tipos principais de lúpus – o lúpus eritematoso discóide (ou cutâneo) e o lúpus eritematoso sistémico.
O discóide constitui a forma mais benigna da doença, atingindo por igual ambos os sexos. Circunscrito à pele, a sua lesão mais típica assume os contornos de uma moeda, com descamação e vermelhidão na periferia e uma área central mais clara. Em geral, estas manchas, que aparecem sobretudo na face, não incham nem são dolorosas, mas quando se manifestam no couro cabeludo podem originar queda de cabelo.
Cerca de 10% destes doentes acabam por desenvolver a forma sistémica do lúpus. São sobretudo doentes do sexo feminino e mais jovens. Também aqui podem ser as manifestações cutâneas a denunciar a doença: é o que acontece em 30% dos casos, com lesões a desenharem uma borboleta no rosto. São menos escamosas, mas mais vermelhas e elevadas do que as do lúpus benigno e, além da face, podem estar presentes na zona do decote, nas mãos e nos pés.
Esta forma mais severa do lúpus vem acompanhada de muitos outros sintomas, da febre à perda de peso e falta de força. Os rins são os órgãos que mais sofrem, sendo as articulações, também afectadas com frequência. Coração, pulmões e sistema nervoso podem igualmente ser envolvidos, mas mais raramente. Possíveis são ainda alterações psíquicas.