Nutrição e reumatologia

A Nutrição é a ciência mais actual e ao mesmo
tempo a mais
antiga.
Desde sempre que
o Homem se
alimenta, e a Nutrição é a ciência dos alimentos.
Ao contrário do que a maioria das pessoas possa
pensar, a Nutrição não se limita a emagrecer e a
engordar pessoas.
Nutrição é apenas um nome que representa uma
ciência que actua sobre os mais diversos domínios.
A Nutrição clínica é dedicada unicamente às doenças.

Doenças como a diabetes, a obesidade, a hipertensão
arterial, a hipercolesterolemia, a hipertrigliceridemia, a
insuficiência renal, e muitas
outras podem ser prevenidas
e controladas através de
uma alimentação
adequada a cada caso,
não só para suprimir as necessidades destes estados
patológicos, mas também para fornecer os alimentos
adequados a um estado nutricional ideal.

A Nutrição estética, é dedicada à beleza do ser humano. É esta vertente da nutrição
que se dedica à beleza corporal do ser humano.
Baseada numa alimentação saudável e equilibrada, esta vertente da nutrição tem
como objectivo reduzir ou
aumentar o peso corporal, mas
essencialmente reduzir ou
aumentar a gordura corporal,
algo somente conseguido através
de um plano alimentar adequado a cada ser humano
individualmente.
Para efectuar este plano alimentar é necessário
efectuar uma
análise
detalhada
do indivíduo
como um
todo, tendo em conta os seus hábitos, os
seus horários, os seus gostos e a prática de
exercício físico.
Desta forma é possível reduzir ou aumentar
a massa gorda gradualmente sendo mais
difícil voltar a recuperá-la ou perde-la, uma vez que esta pode ser convertida em
massa muscular.

A Nutrição desportiva é dedicada unicamente ao
desporto.
Todos os atletas
necessitam de uma
alimentação
equilibrada.
Dependendo do
tipo de desporto as necessidades são diferentes, pois
são calculadas com base no esforço efectuado
durante actividade física, e a duração da mesma. Os atletas têm necessidades
diferentes, antes, durante e depois do exercício físico, daí ser fundamental um
aconselhamento personalizado e adequado a cada caso, de forma a fornecer uma
alimentação adequada a cada fase da actividade física.

A Nutrição infantil é
dedicada unicamente às
crianças. Desde do
nascimento até à idade
adulta, o ser humano
tem necessidades
nutricionais específicas.
Mesmo durante a gravidez a mãe deve ser
acompanhada de forma a fornecer à criança
todos os nutrientes necessários para que esta nasça saudável, e para que a mãe
possa rapidamente retomar o estado nutricional que precedeu a gravidez.
Após o parto e durante o desenvolvimento da criança, é essencial que esta tenha
uma alimentação saudável, pois pode prevenir muitas doenças.
Para além de saber como fazer a iniciação a uma alimentação sólida, é preciso saber
quais os alimentos mais importantes a cada
fase do desenvolvimento da criança.


A Nutrição nos idosos é dedicada aos seniores.
Depois de uma certa idade a necessidades do
ser humano são diferentes, resultado de um
envelhecimento do organismo. Na maior parte
das vezes as doenças que se desenvolvem
nesta fase da vida resultam de uma nutrição
deficiente ao longo da vida. A nutrição nesta fase tem como objectivo suprimir as
necessidades e combater a
desidratação, um dos problemas
que mais afecta os idosos.
Por tudo isto podemos afirmar que a
Nutrição é muito mais do que uma
ciência direccionada para a
obesidade, é sim uma ciência
virada para todos os seres humanos
em todas as fases da vida. Desta
forma o nutricionista tem um papel
fulcral como profissional de saúde.

A história do reumatismo...

A História do Reumatismo é a História dos esforços do homem para o vencer, é todo o longo processo de gestação do que hoje chamamos Reumatologia.
O Reumatismo é, muito provavelmente a mais velha patologia do planeta, antecedendo em milhões de anos o aparecimento do homem, como o demonstram estudos paleopatológicos reveladores de lesões espondilíticas no esqueleto de dinossauros e outros fósseis.
Tem acompanhado o homem ao longo da sua evolução histórica como o comprovam as alterações osteoarticulares, artrósicas e espondilíticas, do esqueleto do Pithecanthropus Erectus e outros “achados” encontrados em África, que parece ter sido o berço da esoécie, nas velhas civilizações da Mesopotâmia e do Mar Egeu, da China, da Índia, da América pré-colombiana e do Egipto.
O homem tem procurado sempre justificar a doença em função da luta que empreende contra ela: do conceito primitivo dos espíritos e do castigo das divindades; depois pela existência de substâncias nocivas estranhas ao seu corpo ou pelas alterações humorais nele produzidas; aceita mais tarde o finalismo aristotélico de que a natureza não faz nada sem um fim; mais tarde adopta conceitos químico-biológicos; mais adiante “reconhece” o mecanismo antigénio-anticorpo que o leva até ao da autoagressão e está hoje no limiar de tentar vencer a doença, prevenindo-a, estudando em si a “genealogia mórbida” que facilitará ou não a agressão.

- Na velha civilização egípcia, o estudo das múmias, das pinturas e dos escritos, como no papiro de Ebers, permite-nos admitir terem sofrido de afecções simile da espondilatrose, cervical ou dorso lombar, de espondilartrite, de discopatias e até mesmo de artrite e de gota; no tratamento, embora prevaleçam conceitos mágicos da doença, pode-se encontrar já a prescrição de unguentos para dar flexibilidade às articulações ou para atenuar a dor.
- O conceito de Reumatismo e do seu tratamento vai tornar-se mais científico, libertando-se mais do seu carácter mágico, passando a ser encarado como processo natural, na Grécia, com Hipócrates (460-377 a.C.) (Fig. 1 ) e a sua Escola de Cós. Faz-se a primeira sistematização da patologia reumática, com o dualismo: podagra e arthritis. Hipócrates, apelidado de Pai da Medicina foi o criador da clínica , tendo-nos deixado nos Aphorismos, descrições e conceitos lapidares ainda hoje válidos, como o das artrites migratórias e das infecções agudas, da pelviespondilite, do síndroma discal, a acção da gravidez na evolução das artrites, o papel da infecção nas deformações da coluna. Para a Escola de Cós, o corpo humano, tam como o Universo tem os seus quatro elementos, compor-se-á de 4 humores: sangue, pituita, bilis negra e bilis amarela, resultando a doença de uma alteração no equilíbrio humoral: o tratamento tinha por finalidade restabelecer esse equilíbrio por meio de prescrições higieno-dietéticas, banhos, purgantes e calor, sob várias formas.

- Com Galeno (130-203) (Fig. 2), grego romanizado, renasce o conceito humoral de doença. O reumatismo de que tem um conceito unicista, seria devido ao excesso de humores e daí a necessidade de purificar o corpo, empregando uma medicação com as características dos 4 humores (refrescante, quente, húmido e seco): purgantes, sangrias e revulsão cutânea. A ele se deve a descrição do morbus arthriticus (simile artrite reumatóide ?). Atribui-se-lhe a designação de gutta (gota) para a velha podagra hipocrática, por considerar que o ataque resultaria de um humor alterado gerado no cérebro e que, não podendo sair naturalmente pelos emunctórios, vai fluir e acumular-se num locus minor resistência, “gotejando” na articulação.
É o primeiro a descrever a nevrite cérvico-braquial e a estabelecer a sua relação com a patologia vertebral.
A sua vasta obra irá influenciar todo o pensamento médico até à fase experimental, como ciência última, tendo sido para a Medicina o que Aristóteles foi para a Filosofia.
- No “De Re Medica”, Aulus Cornelius Celsus (Celso), médico romano do tempo de Augusto, dá-nos a noção dos 4 sinais cardinais da inflamação.
- Dioscorides (40-90) é o precursor da Farmacopeia. No seu “De Universa Medicis”, são citadas várias plantas usadas no tratamento da “arthritis”.
O termo “Rheuma” (eu corro), para designar o catarro devido ao escoar dos humores frios do cérebro para as articulações, originando a dor, ora se atribui a galeno ora a Dioscorides.
Sabemos que os romanos levaram o seu gosto pelos banhos até ao exagero. Também na terapêutica do reumatismo os tratamentos termais desempenham um papel importante e Caracala (188-217) manda edificar as Termas que têm o seu nome, em memória de seu pai, o imperador Sétimo Severo, inválido devido à gota.
É também em Roma que se funda, em 293, o primeiro Hospital, o “Ospedale dei Fattenbenefratelli”, que ainda existe.
Os romanos levaram as práticas higiénicas até à exaustão, tentando concretizar o aforismo “Mens sana in coorpore sano”.
- No Império Bisantino, Alexandre de Tralles emprega o hermodactil (colchico), no tratamento da gota.

- Na Idade Média dominada pelo pensamento e obra de Galeno, muito embora as condições higieno-sanitárias e sócio-políticas e económicas, pouco propícias sejam ao desenvolvimento da Medicina, preocupada sobretudo com a peste e a lepra, quase endémicas, ainda continuamos a ter como patologia reumática dominante, a gota, quase exclusiva das classes possidentes. A Medicina é ensinada no Estudo Geral, a Universidade, Instituição nascida e típica da Idade Média, e praticada pelos médicos (físicos), monges ou judeus, que usam a farmácia recolhida dos gregos e dos romanos pelos árabes.
São de notar; Abou El Ala Hossein Ibn Sina (dito Avicena) (980 a 1037), “O Príncipe da Medicina”, que, no seu “Cânon da Medicina” diz acerca dos tratamentos termais “… les eaux sulfureuses calment les nerfs, apaisent les douleurs, dispersent les matières morbides contenues dans les articulations. Elles nettoient la surface de la peau des furoncles et autrres ulcères et relâchent l’utérus…” e Guy de Chauliac (séc. XIV) ensina que a gota é devida à fluxão dos gumores, que determinam a dor e a rigidez.
Na segunda metade do século XV e século XVI, transição da escolástica medieval para o brilhante século XVII – a primeira era de ouro da Ciência – encontramos algumas figuras importantes para a Reumatologiaa:
- Gardanus de Pavia, a quem se deve a destrinça entre morbus articularis e podagra.
- Theophrast Bombastus von Hohenheim, dito Paracelsus (acima de Celsus) (1493-1541), (Fig. 3) alquimista e médico suiço alemão é o introdutor de um conceito bioquímico inovador. Assim, as doenças das articulações (gota e reumatismo), seriam doenças tartáricas pois, de forma idêntica ao depósito de tártaro nos toneis de fermentação do mosto também nelas, por insuficiência digestiva, se precipitariam produtos de degradação. Para drenar os produtos de degradação, preconizou a cura termal e os purgantes. Precursor da Farmacologia, induziu no tratamento do reumatismo, o tártaro sob forma de sais, o ouro coloidal e o enxofre. Na gota pode-se dizer que foi precursor, ao afirmar a existência de uma anomalia química na génese da crise e a importância da hereditariedade. Deve-se-lhe ainda o termo sinovia (semelhante á clara do ovo), para o fluido viscoso da cavidade articular, que foi o primeiro a descrever.
- A André Vesalio (1514-1564) se deve a descrição, pela primeira vez, da anatomia e das alterações do disco intervertebral no “De Humani Corporis Babrica”.
- Ambroise Paré (1509-1590), o pai da Cirurgia, foi o primeiro a descrever a epifisiolise femural (coxa vara do adolescente) e as lesões dos quistos sinoviais e a ter uma noção global das doenças reumáticas, considerando-as de predisposição hereditária, de causa desconhecida, devidas a um excesso de humores que originariam dores intensas, não supurativas, e admitiu a possibilidade de lesar orgãos internos. Introduziu a incisão e esvaziamento cirúrgico dos tofos gotosos.
- Guillaume Baillou (Ballonius) (1538-1616) (Fig. 4) é o primeiro a ter uma noção moderna dos reumatismos, com a sua concepção pluralista, na obra póstuma “Liber de Rheumatismo Opera Medica Omnia”, classificando-os em: crónicos (com contractura e incapacidade permanente), passageiros (com recidivas), intercorrentes (no decurso de doenças crónicas) e com dores não articulares; descrevendo-os de forma magistral. Valoriza a noção de “terreno”, na sua patogenia e a preferência pelos cacochymos (simile asténico). Foi o primeiro a empregar o termo reumatismo , ainda ligada ao conceito de fluxão.
Está para a Reumatologia como Hipócrates está para a Medicina.

- Século XVII, dominado pelas Escolas Iatroquímica.

- Thomas Sydenham (1624-1689), (Fig. 5 tal como Hipócrates, valoriza a clínica e a observação. Deve-se-lhe magníficas descrições: da crise aguda de gota, de que sofria (Tractatus De Podagra et Hydrpse) e que ainda hoje permanece clássica: a primeira descrição clínica do reumatismo articular agudo e da coreia e também do reumatismo crónico (simile artrite reumatóide) e do reumatismo lombar, em “Observationes Medicae”. Aplicou na terapêutica o ouro e o landano a que ficou ligado o seu nome.
Foi o clínico típico, que troçava da investigação e aconselhava os jovens médicos a procurarem na observação do doente, os elementos de estudo.
- Antoni van Leeuwenhoek (1632-1723) observa, no microscópio, que inventou, cristais de ácido úrico e uratos de tofos gotosos.
- Em 1691, o médico irlandês Bernard Connor, faz a primeira e fiel descrição da pelviespondilite reumatóide ou espondilite anquilosante, num esqueleto.
- P. Pomet, em 1694 na sua obra “Le marchand sincère ou histoire générale des drogues simples et composées”, introduz a fitoterapia dos reumatismos.
- Século XVIII
Dominam as doutrinas Vitalista e Organicista.
No campo dos reumatismos:
- Hoffmann (1660-1742), faz a distinção entre artrite (dores articulares) e reumatismo (dores nos músculos, membranas e tendões) .
- Pott (1714-1788), dá-nos um estudo da tuberculose das vértebras que virá a chamar-se Mal de Pott.
- Em 1753, Curzio descreve a esclerodermia e Hunter, em 1759, as lesões anatómicas da arthritis seca da anca (coxartrose), o primeiro passo para a individualização das artroses.
- Em 1763, Stone apresenta à Royal Society um trabalho sobre o uso do extracto de casca de salgueiro ; Von Stoerck, médico da Imperatriz Maria Teresa, introduz na Europa, o colchium autumnale.
- Dominicus Cotognio (ou Cotogno), descreve o quadro clínico da ciática, na obra “De Ischia de Nervosa Commentarius”, em 1764.
- Cullen (1712-1790), na “Synopsis Nosologiae Methodicae” (1769) classifica os reumatismos em: idiopáticos e sintomáticos / agudos, subagudos e crónicos / das articulações e dos músculos. Estabelece a relação entre as alterações da coluna vertebral e o lumbago e a ciática. Na génese do reumatismo considera mais importante o frio do que as alterações humorais. É também o precursor do actual sistema de Educação Médica.
- Scheele, isola o ácido úrico da urina (1776) e Woolarton, em 1797, demonstra, pela primeira vez, a presença de cristais de ácido úrico nos tofos gotosos da própria orelha. Foureroy, em 1799, dá-lhe o nome de ácido úrico.
- Pitcairn, em 1788, e Jenner, em 1789, são os percursores de Bouillaud assinalando as relações íntimas entre reumatismo e coração, ao fazerem a descrição das complicações cardíacas do reumatismo articular agudo. J. Haygarth (1740-1827), introduz o termo febre reumática para o reumatismo articular agudo.
- Ao terminar deste século dito das “Luzes”, Bichat, na sua “Anatomie Générale appliquée à la Medicne” (1799) descreve, entre os 21 tecidos que considera, o ósseo, o sinovial e o cartilaginoso.

- Século XIX, dita a segunda idade de ouro da Ciência:
- Em 1800 Landré-Beauvais, fala de uma nova espécie de gota que denomina de gota asténica primitiva.
- Em 1802, na obra póstuma de W. Heberden, “Commentaries on the History and Cure of Diseases”, são descritos os digitori nodi, nódulos das interfalângicas distais dos dedos das mãos, distinguindo-os dos tofos gotosos.
- Em 1820, o fisiologista Johannes Müller (1801-1858) designa por tecido conjuntivo o até aí denominado tecido celular.
- Scudamore, em 1827, faz a descrição do reumatismo crónico que considera ser devido à inflamação do tecido fibroso branco dos tendões, ligamentos, nervos e sinoviais.
- O princípio activo do colchium autumnale, a colchicina é isolado em 1820 por Pelletier e cristalizado, em 1884 por Houdé.
- A substância activa da casca do salgueiro, a salicilina é isolada por Leroux em 1838 e em 1844 Piria obtém o ácido salicílico a partir da salicilina. Em 1853 o químico C. Gerhardt a partir do ácido salicílico sintetiza o ácido acetilsalicílico, o princípio activo da Aspirina; o interesse foi efémero e só em 1894 com Kolbe, que faz a síntese directa e sobretudo co Hoffmann, químico da Bayer, é redescoberto o ácido acetilsalicílico. Destes trabalhos iria resultar, em 1899, a “Aspirina”, a princípio em pé e depois o famoso comprimido branco quando o pó foi comprimido com amido de milho. Estava no mercado um dos medicamentos mais úteis e mais usados em Medicina e um dos primeiros fármacos válidos em Reumatologia, a Aspirina, que teve largo e muito útil uso na epidemia da gripe durante a I Guerra Mundial (1914-1918) .
- No tratamento do reumatismo articular agudo passa a empregar-se, o ácido acetilsalicílico, por Stricker e o salicilato de sódio por Trousseau.
- No Traité Clinique des Maladies du Coeur (1835 e 1841), Jean-Baptiste Bouillaud (Fig. 6) descreve as doenças reumatismais do coração, individualiza o reumatismo articular agudo e estabelece as Leis da Coincidência entre R.A.A. e lesões cardíacas concomitantes :
1ª Lei – No R.A.A. violento e generalizado, a coincidência de uma endocardite, de uma pericardite ou cardite ou de uma endopericardite é a regra, a lei, e a não coincidência, a excepção.
2ª Lei – No R.A.A. ligeiro, parcial e apirético, a não coincidência de uma endocardite, de uma pericardite ou de uma endopericardite é a regra, a lei, e a coincidência, a excepção.
É também o primeiro a sugerir a implicação sistémica do tecido conjuntivo.
- Lasègne (1816-1883) enuncia “o reumatismo agudo lambe as articulações, pleura e meninges mas morde o coração”.
- Em 1837 Schönlein descreve a peliosis rheumatica (púrpura), estabelecendo as relações com as manifestações reumáticas.
- Alfredo Garrod (1819-1907) (Fig. 7) consagrou grande parte dos seus muitos trabalhos ao estudo da gota e do reumatismo.
Propõe, pela primeira vez, o nome de artrite reumatóide para a até então designada gota reumática ou gota reumatóide, considerando-a como uma entidade clínica com patologia própria e independente, embora seja doença artrítica ou articular com algumas características externas de reumatismo. Descreve-a de forma ainda clássica.
Na sua obra The Nature and Treatment of Gout and Rheumatic Gout descreve também, de forma antológica, a gota úrica, enunciando alguns princípios precursores como: ácido úrico, de formação tissular é rapidamente absorvido e eliminado pelo rim; o excesso no sangue deve-se ou à sua formação excessiva ou à sua eliminação deficiente; a inflamação gotosa daí resultante, acompanha-se de depósito de uratos nos tecidos – a única doença em que isso acontece; há tendência para a transmissão hereditária da doença .
É, com Baillou, Sydenham e Bouillaud, dos cientistas que mais contribuíram para o estudo do reumatismo.
Seu filho Archibald Garrod continuou os seus estudos.
- Charcot, em 1853, apresenta uma notável tese de doutoramento: Rhumatisme Articulaire Chronique.
- Schuler realiza a primeira sinovectomia cirúrgica do joelho de um artrítico, em 1887.
- Em 1893, Pierre Marie, faz a descrição clássica da espondilartrite anquilosante para a qual de Sèze propõe a denominação de pelviespondilite reumatóide (1954).
- No final do século (1897), Still faz a descrição clássica do quadro clínico da artrite reumatóide juvenil anteriormente estudada por Chauffard e de que Cornill referira o primeiro caso (1864).

- O nosso século, herdeiro desse prodigioso desenvolvimento científico da segunda metade do século XIX (Claude Bernard, Virchow, Roentgen, Pasteur, os Curie e tantos outros) e mercê da obra de Van Breemen, vai permitir o pleno desenvolvimento da Reumatologia, como aliás de todas as Ciências Médicas