O LÚPUS NEONATAL (Bebés filhos de doentes Lúpicas)

O que as futuras mamães lúpicas devem saber :

  • O lúpus neonatal é o nome utilizado para definir uma síndrome encontrada em recém-nascidos caracterizada principalmente por lesões cutâneas, diminuição de glóbulos brancos e, mais raramente, acometimento cardíaco (bloqueio cardíaco congênito), causadas pelos anticorpos anti-Ro/SSA da mãe que passam para o feto através da placenta. Estes anticorpos duram por 4 a 6 meses e desaparecem espontaneamente, não necessitando tratamento.
Quais são as manifestações do lúpus neonatal?
  • As manifestações mais freqüentes do lúpus neonatal são lesões cutâneas que podem estar presentes ao nascimento, mas, geralmente surgem após algumas semanas de vida. As lesões cutâneas costumam ser avermelhadas e tipicamente surgem em áreas expostas ao sol, como na face e no couro cabeludo. Elas costumam melhorar após alguns meses e desaparecem espontaneamente, sem deixar cicatriz. A manifestação mais grave do lúpus neonatal é o bloqueio cardíaco que faz com que os batimentos cardíacos do bebê tenham uma frequência bem menor do que o normal. O bloqueio cardíaco pode ser diagnosticado ainda durante a gravidez, geralmente entre a 18ª e 24ª semanas de gestação, através da ecocardiografi a fetal. Se uma alteração de ritmo cardíaco for detectada, a paciente deve ser encaminhada para um especialista para receber tratamento. O tratamento de bebês com bloqueio cardíaco completo é feito com a implantação de marca-passo cardíaco, para melhorar o batimento do coração. Outras manifestações menos freqüentes incluem anemia, diminuição de plaquetas ou de glóbulos brancos e alterações de exames do fígado que geralmente são manifestações leves e regridem sem tratamento.

Qual a chance de uma paciente com lúpus eritematoso sistêmico ter um bebê com lúpus neonatal?
  • O lúpus neonatal é extremamente raro, ocorrendo em aproximadamente1 caso para 12.500 nascimentos e a chance de uma mãe com lúpus eritematoso sistêmico ter um bebê com lúpus neonatal é bastante baixa. Grávidas com LES ou que desejam engravidar devem realizar exames de sangue que ajudam a predizer a chance de o bebê nascer com alguma manifestação do lúpus neonatal. Assim, são solicitados exames como a pesquisa de anticorpo anti-Ro/SS-A e anti-La/SS-B. As chances de ter um fi lho com lupus neonatal é maior em pacientes que já tiveram um fi lho com o mesmo problema.

Há alguma maneira de prevenir o desenvolvimento do lúpus neonatal?
  • Não, mas deve se dar atenção à identificação de gestantes com este risco para se evitar maiores complicações para o recém nascido. Mães com anticorpos anti-Ro e/ou anti-La, ou mães que já tiveram um fi lho com manifestações do lúpus neonatal são as que possuem maior risco. Nesses casos, deve ser realizado ecocardiografi a fetal, periodicamente, especialmente entre a 18ª e 24ª semanas de gestação. Se os batimentos cardíacos forem normais, a criança deverá nascer saudável. Entretanto, se qualquer anormalidade for detectada, a gestante deverá receber medicamentos e ser encaminhada para acompanhamento especializado.

Alimentação de Pessoas Que Tem Lupus

Dicas:

1) Aumentar o consumo de líquidos - principalmente água e sumos de frutas, chás de ervas e água de coco. Hidratam a pele, auxiliam no transporte das substâncias, que são assimiladas pelo organismo e dilui as toxinas, facilitando o trabalho dos rins (maior responsável pela eliminação dos resíduos).

2) Evitar ou diminuir a gordura animal, uma vez que o coração é um dos órgãos, que pode ser afectado pelo LES. Dê preferência as carnes brancas (aves e peixes). Se não conseguir retirar a carne vermelha ou bovina, diminua para 1 vez por semana e retirar totalmente a carne de porco.

3) São proibidos embutidos (linguiça, salame, presunto, salsicha, salsichão, etc.), molhos feitos com maionese, devido a sua alta concentração de gorduras e substâncias químicas.

4) Diminuir o consumo de enlatados, contêm substâncias nocivas ao organismo.

5) Principalmente para os mais sensíveis: diminuir o leite e seus derivados - podem provocar alergia em algumas pessoas. Dê preferência aos desnatados e queijos brancos.

6) Tentar substituir os alimentos refinados pelos integrais - açúcar, macarrão, arroz e pão. O açúcar pode ser substituído pelo açúcar mascavo, mel ou tomar o líquido ao natural. Evitar o uso de adoçantes.

7) Diminuir bem o consumo de sal. Retém líquido, provocando o edema (inchaço).

8) Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

9) Diminuir o consumo de refrigerantes, café e chá preto.

10) Não fumar.

11) Evitar qualquer tipo de fritura, como salgadinhos, à milanesas, etc. Os alimentos contendo gordura hidrogenada, também devem ser evitados. Ex.: sorvetes, biscoitos recheados, etc.

12) Aumentar o consumo de verduras, legumes e frutas. São antioxidantes naturais e são ricos em fibras, auxiliando na saúde do organismo, ou seja, agilizam a saída das fezes, impedindo que fiquem mais tempo no intestino do que o necessário, podendo intoxicar o organismo.

13) Respeitar os intervalos das refeições - 4 horas - para não prejudicar a digestão. Não saltar refeições. O ideal é fazer 3 refeições principais (pequeno-almoço, almoço e jantar) e 2 intermediárias (sumo ou fruta).

Aproveite estas dicas e perceberá que seus dias serão menos stressantes e com muito mais energia.

doentes de lupus têm duas vezes mais probabilidades de sofrer problemas cardiovasculares

Os indivíduos com lúpus eritematoso sistémico têm um risco duas vezes maior de sofrerem de doenças cardiovasculares, sugere um estudo publicado no “Arthritis Care and Research”.

O lúpus eritematoso sistémico (LES) é uma doença crónica auto-imune do tecido conjuntivo, na qual o sistema imune ataca as próprias células e tecidos do corpo, resultando em inflamação e dano dos tecidos. Esta doença, que atinge preferencialmente as mulheres, pode afectar todos os órgãos ou sistemas, em especial os rins, coração, pulmões e cérebro, sendo caracterizada pelo aparecimento de lesões cutâneas ou artrite. Estudos anteriores demonstraram que, apesar da esperança média de vida dos pacientes que sofrem desta patologia ter melhorado nos últimos anos, tem-se assistido a um aumento do número de casos de doenças cardiovasculares e de morte. De forma a analisar a relação entre o aparecimento de doenças cardiovasculares e o LES, os investigadores da Erasmus MC University Medical Center, em Roterdão, Holanda, analisaram os dados clínicos de 119.332 mulheres que tinham participado no “Nurses' Health Study” e que, em 1976, não sofriam de doenças cardiovasculares nem de LES. Ao longo dos 28 anos de acompanhamento, foram registados 8.169 eventos cardiovasculares, nomeadamente enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. O LES foi confirmado em 148 mulheres e 20 dessas sofreram um evento cardiovascular. Após terem tido em conta múltiplos factores, os autores do estudo concluíram que o LES estava associado a um risco 2,26 maior de sofrer de um evento cardiovascular. Apesar de haver uma maior incidência dos factores tradicionais de risco cardiovascular nas pessoas com LES, esse facto não explica totalmente o risco apresentado por esses doentes, que provavelmente se ficará a dever, na opinião dos autores, a uma combinação de factores.