O lúpus sistémico é uma doença que constitui um desafio para quem a diagnostica e trata. Desafio esse disputado por diferentes especialistas da área da Medicina Interna.
A par de uma história aliciante, a sua denominação e significado clínico tem variado ao longo dos anos. Na antiguidade, cerca de 400 anos a. C. Hipócrates, referindo-se a lesões da pele, nomeou-as por herpes esthiomenos. Esta designação abarcaria numerosas afecções cutâneas, a que não seriam alheias a tuberculose, cancro, lepra e eventualmente o lúpus.
O termo lúpus (que em latim signifi ca lobo) foi atribuído por Rogerius (Roggerio dei Frugardi, cirurgião da Escola de Salerno) no século XIII para descrever lesões erosivas da face. É a doença que rói e que come a carne.
A palavra lúpus passou da linguagem vulgar para a literatura médica, graças às investigações históricas de Virchow. Na Idade Média e Renascença, as doenças de pele da face seriam denominadas como noli me tangere (não tocar).
No século XIX Robert Willan (1757-1812) fez uma sistematização das doenças de pele, classificando-as com base nas suas observações clínicas. Denominou herpes às doenças vesiculares e lupus às doenças destrutivas e ulcerativas da face, mas foi o seu discípulo Tomas Bateman (1778-1821) que completou a obra do seu mestre.
Laurent Biett (1781-1802) e Jean-Louis Alibert (1761-1837) fundaram o Hospital Dermatoló gico de Saint Louis, em Paris. Alibert denominou esta entidade por dartre rongeante idiopathique, enquanto Biett adaptou a classificação de Willan das doenças da pele. Esta só foi publicada pelo seu discípulo Alphée Cazenave (1802-1887) que dividiu o lúpus em três tipos:
1) lupus qui détruit en surface 2) lupus qui détruit en profondeur 3) lupus avec hypertrophie
1 comentários:
Olá,
Estás bem?
Excelente post.
Enviar um comentário